MTV acerta sem querer: vai premiar melhor performance independente do sexo

Já dizia o ex-jogador de futebol Dadá Maravilha: “não existe gol feio; feio é não fazer gol”. A partir daí, deduz-se que até gol marcado sem querer é bonito, e deve ser celebrado com entusiasmo. E é com base nesta lógica que torna-se possível comemorar uma mudança de paradigmas recente da MTV, a qual , a partir de agora, irá desconsiderar o sexo dos candidatos ao premiar, em sua cerimônia realizada anualmente, os melhores trabalhos na televisão e no cinema.

Claro que a emissora estava pagando pedágio ideológico à patrulha politicamente correta quando tomou esta atitude, mas o resultado certamente fortalece os argumentos daqueles que afirmam o óbvio há tempos: para os consumidores, não interessa quem produziu o bem que satisfaz sua demanda.

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Um espectador que senta no sofá de casa ou na poltrona do cinema busca, basicamente, sentir emoções: alegria, nostalgia, apreensão ou até medo. E o desempenho dos atores é peça essencial neste processo que transporta o cidadão comum para outros ambientes e mundos. O canastrão vai frustá-lo; aquele que interpreta o personagem com afinco, quase encarnando outra pessoa durante aquelas poucas horas de olho grudado na tela, irá corresponder às suas expectativas.

E aí impõe-se a questão: que diferença faz se esse profissional talentoso, que vai fazer valer a pena o preço da entrada, for homem ou mulher? Absolutamente nenhuma. Ninguém vai chorar mais ou menos no filme melodramático a depender do sexo do protagonista. Atuar em produções de teledramaturgia não é, afinal de contas, comparável à prática esportiva, onde a constituição corpórea dos envolvidos influencia (e muito) no resultado final entregue aos “clientes” – cabendo, aí sim, a separação em categorias distintas.

Ou seja, homens e mulheres não são iguais, mas o fruto de seu trabalho pode ser. Aliás, é possível que uma mulher gere mais valor do que seus pares homens de uma determinada empresa – como aconteceu com a lutadora Ronda Rousey, uma das atletas mais bem pagas do mundo. Uma repórter a indagou a respeito, certa feita, e recebeu em retorno uma aula relâmpago sobre “igualdade salarial”:

Ouviram o que disse a americana? Os organizadores do evento não lhe remuneram bem porque querem empoderar as mulheres, mas sim porque ela atrai muitos fãs e patrocinadores. Simples assim.

E assim deve proceder o setor de recursos humanos de todo empreendimento que não queira vir a falir: contratando e demitindo em função do mérito, e não levando em conta se o empregado ou candidato usa saia ou calça.

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Empresas de cultura machista tendem a ficar entupidas de homens incompetentes e a perder ótimas trabalhadoras para a concorrência. E o inverso vai acometer aquelas que, para agradarem turbas feministas barulhentas, fizerem uso de cotas por “gênero”. Só quem perde com tais presepadas, no curto prazo, é o consumidor dos bens por ela ofertados. No longo prazo (em um livre mercado, bom que se diga), a insolvência é o destino certo.

É possível pensar em exemplos práticos bem corriqueiros desta conjuntura: se sua pizza estiver gostosa, é relevante se o pizzaiolo é homem ou mulher? Se seu vôo foi seguro e confortável, faz diferença se quem estava no cockpit usa batom ou bigode? Se o filme foi emocionante, importa o sexo dos atores principal e coadjuvantes? E o mesmo aplica-se a todas as demais famigeradas “minorias oprimidas”.

Aí está o acerto involuntário da MTV: seu prêmio deve ser entregue nas mãos do dono da melhor interpretação, independente de qualquer outro fator. Mulheres, portanto, não devem ser inimigas de sua principal aliada em seu processo de emancipação na sociedade: a busca por produtividade e lucro – como bem explica a jornalista Trish Regan Intel:

E o mesmo raciocínio deve ser aplicado a qualquer atividade humana, inclusive no meio acadêmico. Instituições de ensino que agraciam com bolsas ou cargos de monitoria seus melhores estudantes devem selecioná-los baseadas unicamente no currículo escolar, sem considerar quaisquer outros condicionantes, como “raça” e demais supostos handicaps  (vantagens e desvantagens dos indivíduos).

Este tratamento isonômico é benéfico para todos, homens e mulheres. E corrobora com esta constatação o fato de que os países mais pobres do mundo, e que atravessam graves crises humanitárias, são, em sua maioria, nações assoladas por dois flagelos impiedosos: governos centralizados intervencionistas e teocracias islâmicas. Quando a quase totalidade da população professa uma fé que exclui as mulheres por completo de qualquer chance de protagonismo, fica complicado evoluir e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Se assim fosse nos Estados Unidos, quisá eles sequer tivessem logrado levar o homem ao espaço, posto que tal façanha contou com colaboração decisiva de cientistas do sexo feminino.

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É possível, todavia, vislumbrar um problema no horizonte da comissão julgadora da MTV: quando começarem a cobrar mais nomeações e estatuetas para mulheres, tal qual o fiasco promovido por Spike Lee em 2016. Em tempos de cotas para homossexuais em concurso público (às favas o princípio da eficiência da administração pública), não é de se duvidar que irrompam protestos contra o “sexismo cinematográfico”.

Mas, por ora, é razoável afirmar que aqueles que insuflaram tal alteração procedimental na emissora marcaram um gol contra suas ideologias birrentas, visto que suscitaram este importante debate. Se soubermos canalizar as discussões no sentido correto agora, vai ser só correr para a torcida depois.

E o Oscar de melhor amigo das mulheres vai para…o capitalismo!

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7 comentários sobre “MTV acerta sem querer: vai premiar melhor performance independente do sexo

  1. Por um lado é mesmo bom, faz sentido. Mas não duvido que comecem a questionar certas premiações se mulheres não ganharem pelo menos a metade dos prêmios…
    Um abraço.

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  2. Antes de mais nada, não estou concordando, nem discordando, apenas divagando…

    Honestamente, desta vez não vejo o porquê de unificar. Melhor ator e melhor atriz, na minha concepção, podem estar em categorias distintas sem problemas. Inclusive uma dúvida, como vai se chamar essa categoria: Melhor Atroriz? Melhor Atxr? Melhor Atx? Melhor atuação, independente de gênero?

    A humanidade, desde sempre foi dividida entre homens e mulheres. querer unificar isso, acho bobagem. É diferente do que se criasse uma categoria de “melhor ator negro” (sim, revista RAÇA, estou olhando para vocês) ou então “Melhor ator LGBTTUVWXYZ”. Vai ser mais uma daquelas saladas doidas que tenta agradar gregos e troianos e acaba errando dos dois lados. Basta que o Hugh Jackman ganhe da Emma Watson para começar o mimimi machista. E se o Casey Affleck ganhar um prêmio? Vixi…

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    1. O mimimi é garantido mesmo – unificando o prêmio ou não. E como os critérios de escolha dos jurados são subjetivos, certamente ocorrerão marmeladas para, eventualmente, equilibrar a “disputa de gênero”. Mas eu achei importante demonstrar que, quanto mais capitalista é uma sociedade, mais as mulheres têm vez na jogada. Por isso fiz questão de incluir o vídeo da Trish Intel: ela vive dizendo isso (e demonstrando na prática com seu trabalho). Valeu

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      1. “Mas eu achei importante demonstrar que, quanto mais capitalista é uma sociedade, mais as mulheres têm vez na jogada.”

        Isso com certeza. Só uma feminazista “racha-macho” é que não percebe isso. Acha que a igualdade virá de gritos histéricos e de seios à mostra.

        Uma vez li no IMB, um dos poucos artigos irretocáveis de lá, em que o autor derrubava o conceito de meritocracia. Meritocracia é uma falácia, quase uma versão direitista da mais-valia. Segundo o autor, o segredo do sucesso não é trabalhar muito, mas gerar valor.

        Por isso um mendigo, por mais que se esforce catando papelão, pode nunca vir a se dar bem na vida; por isso, ser herdeiro de uma fortuna de bilhões, “per se” também não é garantia de nada.

        Que bom que mais pessoas tem se dado conta desse óbvio ululante.

        Aliás, quando você vai escrever sobre a frustrada pesquisa da Fundação Perseu Abramo, feitra com os próprios eleitores do PT?

        Abraços!

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  3. LG,

    Sobre a meritocracia, li o artigo do IMB que você citou. Na minha análise, o autor quis deixar bem claro que a meritocracia quase sempre não recompensa o esforço, somente o resultado.

    É aquela história, teu time pode ter jogado muito melhor, mas não vai ganhar a partida se o adversário fizer mais gols. Ao meu ver, é simples assim.

    A meritocracia não é falácia, ao meu ver ela é a base da livre concorrência. Agora, quando você perde uma promoção no trabalho para aquele colega “amigão” do chefe ou para aquela colega boazuda que todo mundo baba, para mim isso NÃO é meritocracia! Houve uma distorção ali, não concorda?

    O detalhe é que o autor não dá alternativa. Se a meritocracia é injusta (tal como o capitalismo é acusado muitas vezes), qual então é a saída?

    Abraço.

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